Porto, KAP

Já de longos anos os Portugueses conhecem os caminhos que levam à Espanha. A fronteira mais ao Norte de Portugal – no Condado do Porto – faz divisa com a Coroa de Castela e Leão e, mesmo que às vezes pouco divulgado, há nessa fronteira um intenso ir e vir de lusitanos e castelhanos. Ambos os povos utilizam muito mais as estradas para chegar ao destino, mas já há alternativa, a travessia de barco pelo rio Douro.

Atualmente desde Chaves – a última povoação em direção à Espanha – até Valladolid, primeira cidade castelhana, são três dias no dorso do cavalo (sem cavalo leva-se um dia a mais). Pelo caminho, uma estrada inóspita e cheia de perigos. Muitas florestas e cidades fantasmas tornam-se refúgio de assaltantes e malfeitores. Uma viagem de comércio, por exemplo, requer um grupo de fortes aventureiros, tanto no que concerne ao carregamento das bagagens como no enfrentamento dos bandidos.

O que parece que poucos portugueses sabem, é que o Douro já é muito utilizado como rota segura até Valladolid, Osma ou Soria – povoações de Castela e Leão. Com preços que variam de 50 a 100 cruzados, os viajantes podem estar em Valladolid em dois dias, “se os ventos ajudarem” - emenda o capitão do Amoras (um Foncet com capacidade para até 5 passageiros e 8.000 kg de carga) Querobim Ferreira de Queirós, que faz viagens regulares para a Espanha, incluindo viagens para os Conselhos do Porto e de Coimbra.

O capitão Azoresst de Mello Highlander, dono de outro foncet – que é o barco mais indicado para navegar em rios - diz que “existem várias vantagens em viajar pelo Douro até Castela, algumas são que o Douro é seguro e é o método mais rápido de chegar ao território vizinho”. Os dois armadores concordam que o Douro é muito agradável para viajar e Azoresst reforça que é “óptimo para aprender a navegar um barco”.

Vivian Lara Viana Lobo, capitã do porto localizado na cidade do Porto afirma “que a navegação até Castela é uma excelente via de comércio, porque podemos escoar os nossos produtos, em especial o vinho do Porto”. E ao ser questionada sobre a vigilância em relação aos barcos ela deixa claro que “quando ocorre certo perigo, eles vêm do mar e não do Douro”.

A redação da KAP também procurou a Comissária do Comércio (CdC) de Castela para saber o que a mesma pensava sobre a rota. Froda de Olivares Santisteban, Señora de Golmayo, respondeu que “os portos de Castela estão prontos para receber os barcos de passageiros e mercadores” e que “toda novidade têm seus perigos, mas não vejo nada que não se possa prevenir. Maiores são as vantagens de poder viajar rápido e com segurança de comerciantes e mercadoria”. Ela ainda garante que estão “trabalhando em um projeto de Tratado entre os povos com porto”.

SR, para a KAP Portugal.
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